Falando de Tempestade 

A tempestade faz-me lembrar episódios de infância em que me embrulhava numa manta e me escondia num sitio muito escuro para não ver nem sentir os barulhos dos trovões, os relâmpagos e o bater da chuva no telhado. Rezava orações e esperava que aparecesse alguém que me dissesse, “já passou, o céu já está claro. Já vai longe”. Depois de ouvir estas frases, sentia um bem estar e um alivio indiscritíveis por poder retomar a normalidade do meu dia a dia…

Agora, que a infância já lá vai (pelo menos em alguns comportamentos!), já não há lugares escuros nem escondidos para fugir às tempestades (sejam elas quais forem), os medos, ainda que os haja, são mais controlados e conscientes e a atitude tem que imperar.

Não seria verdadeira se dissesse que gosto de “tempestades” ou de experienciar os sentimentos que elas provocam, não, não gosto, porém a vida já me ensinou, e eu quis aprender, que afinal somos mais fortes do que achamos, que o primeiro passo é nosso e que é tão bom descobrir que somos capazes! Que boa sensação…

Sigo atentamente e com preocupação os acontecimentos da Europa, do país e da empresa onde trabalhamos, temos tido oportunidade de partilhar momentos, acontecimentos, sentimentos e até medos e receios, olhamos para o futuro com expectativa. Tenho a certeza que não queremos ser actores passivos desta “tempestade”, mas antes, dar contributos promissores ao futuro e olhar para ele como a nossa afirmação. É altura para empreender e para sermos criativos, não há tempo para repetir fracassos.

Agora, mais do que olhar para o presente com aflição é altura de olhar para o futuro com convicção, assumindo como lema “pensar a empresa” e fazer em conjunto.

Filipa Pires

Publicado em: 
24 de Outubro, 2012